Venezuela no Mercosul: isso é positivo ou não?
o que é o cartolas-debate?
Cartolas de plantão... Estamos, hoje, inaugurando o cartolas-debate com essa questão do ingresso da venezuela no mercosul!
A idéia é colocar em pauta ,tanto temas políticos da atuais quanto do passado, para que assim, os nossos Cartolas Artie e Cabelo possam expor suas visões, que geralmente são distintas - é aí que esta a graça da coisa - portanto, boa leitura e boas reflexões!
Lembrando que, por mais que existam possibilidades de melhorias econômicas na adesão da Venezuela ao bloco, Cartolas - vide editorial- por se tratar de uma proposta política, o Cartolas-debate não irá enfatizar a questão econômica mas sim o âmbito político do caso. Expostas, de maneira bem sucinta, as questões pelos Cartolas Artie e Cabelo, fica a critério de vocês, Cartolas leitores, fazerem seu juízo.
Boa leitura e boas reflexões!
Equipe Cartolas
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Por Cartola Cabelo
O MERCOSUL, mercado comum do sul - atualmente formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai - é uma união aduaneira, portanto, visa padronizar a tarifa externa em negociações entre os países do bloco, focando na dinamização da economia regional, por meio da movimentação de mercadorias, pessoas, força de trabalho e capitais entre si. Hugo Chávez, por mais que almeje a Venezuela como membro definitivo do bloco, é contra esse tipo de padronização de taxas, e é nesse ponto que essa adesão expõe-se como um problema político, pois na constituição do bloco, consta que seus signatários podem cobrar as mesmas quotas nas importações dos demais países participantes. Qual seria a vantagem política de um país que não compactua com a mesma ideologia participar do bloco? E a coesão política?
De nada adianta ter um acúmulo de riquezas, se as idéias vertem para lados opostos, isso só gera possíveis conflitos políticos e até mesmo bélicos. E no caso do presidente da Venezuela, uma figura assaz autoritária, isso seria ainda mais latente, pois, em seu governo, ele já efetivou a nacionalização de cerca de 40% das empresas do país - que hoje dão prejuízo ou lucram bem menos que anteriormente e algumas diminuíram a produtividade - e ele nunca respeitou a política de outros governos principalmente a do Brasil, fazendo e dizendo o que quer, sem pensar nas conseqüências que suas ações podem gerar, tanto para seu povo quanto para outras nações.
Por isso, por mais importante que seja um parceiro comercial, ele tem de compactuar, ou ao menos respeitar a ideologia do grupo em que o mesmo pertence - até porque, o bloco econômico vem sendo construído desde 1991 – porquanto, se não, o grupo não existe. Ademais, fica inviável qualquer relação política com governos autoritários, e além disso, Chávez é muito imprevisível,ou seja, nunca se sabe o que ele pensa ou o de que modo ele irá agir, podendo atrasar planos políticos do bloco.
Se algum dia existe a pretensão de instaurar, no MERCOSUL, uma postura como a da UE, União Européia, que visa adoção, não só uma tarifa externa comum, mas também de uma moeda comum, o mínimo que tem de existir é uma coesão política. Por isso, no caso da Venezuela, não se pode enganar-se por aqueles que querem separar o Estado do governo, pois quem manda e desmanda no Estado é a própria forma de governo atual, basta consultar os fatos que lá se passam. Aí fica a pergunta para vocês cartolas :
Será que a possível bonança econômica dessa adesão pode vai compensar quantidade de problemas políticos que isso vai trazer?
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Por que não?
Por Cartola Artie
A entrada da Venezuela no MERCOSUL diverge opiniões, tanto de políticos como de críticos e até da própria população que se interessa por política. A Venezuela hoje depende de países como Brasil, Colômbia e Argentina para abastecer o país de alimentos.Independente disso, se o MERCOSUL pretende evoluir e avançar para um arranjo semelhante o da União Européia, não apenas o campo econômico - que é o lado positivo dessa inserção - que deve ser analisado. O lado político é muito mais forte,o ingresso da Venezuela no MERCOSUL teria uma influência positiva.
O modelo político implantado pelo presidente Hugo Chávez defende os interesses nacionais e do proletariado. A América Latina tem uma longa história de exploração e roubo por parte dos países chamados de primeiro mundo,principalmente os países europeus. O ingresso da Venezuela de Chávez daria um novo pulso ao bloco, já que ele não tem problemas em desafiar, seja lá quem for, em pról de seus interesses. A unificação econômica da América Latina é um passo importantíssimo para a unificação total dos países e a criação de um novo modelo político e econômico, que possa abranger todos os países do bloco,claro que é um sonho um tanto quanto guevarista,mas não deixa de ser um sonho, um ideal de igualdade que pode ser iniciado aqui e agora.
Aqueles que criticam o modelo de Chávez, são os mesmos que ironizam Fidel e a política implantada em Cuba, na qual a sustentabilidade, a igualdade e os direitos básicos de vida são respeitados e colocados acima de qualquer coisa.
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